PRAÇA EM IOMERÊ: RELATOS DE UMA ÁRVORE

Olá, tudo bem? Sou eu, uma árvore, como tantas outras. Eu estou aqui para relatar esse momento muito importante, pois é o dia que a praça será reformada. Eu me lembro como se fosse ontem, quando eu era apenas uma mudinha e vi tudo se transformando e crescendo. Mas agora eu acho que será a última transformação, pois eu terei que ir.

Então como esse será meu último dia, eu estou escrevendo isso para todos saberem como foi a transformação da praça, um pouco triste com as mudanças, mas sei que Iomerê precisa evoluir. Eu deixarei que outra árvore, no futuro, venha fazer outro relato sobre a praça de agora em diante.

Eu espero que a praça esteja linda tanto quanto a de antigamente, pois eu vi tudo. Vi as crianças correndo, os casais fazendo juras de amor e desenhando corações apaixonados no meu tronco, os adultos brincando com as crianças. Vi quando construíram a quadra, a fonte e quando colocaram a areia e os brinquedos.

Confesso que sofri um pouco quando alguns moleques subiam pelo tronco e quebravam alguns de meus galhos, mas eu me fortalecia e a cada primavera novos galhinhos se formavam, me deixando ainda mais verde e bonita. Vi o tempo passar e as crianças se transformando em adultos. Vi casamentos acontecerem na igreja em frente à praça e vi também casais trazendo seus filhos para brincarem na minha sombra, no mesmo lugar que um dia namoraram. Mas agora eu serei arrancada para que a praça seja revitalizada.

“Alguns meses depois…”

Olá! Sim, eu estou de volta. Não como uma árvore, mas sim como um banco. Aqui está difícil de escrever, mas “tá de boa” pois acordei apenas agora e eu estou com um pouco de sono.

Parece que muitas coisas estão mudadas por aqui, mas vou esperar um pouco para ver se a praça de Iomerê vai crescer bem e linda. Então vou esperar para conferir e um dia volto para contar as transformações que aconteceram. Apesar de estar estranhando tudo, talvez esse recomeçar possa ser muito interessante.

Então, tchau!

Escrita por: Ettori Luigi Comparotto, autista, atendido pela AMA Videira, aluno do 8º ano Turma A, do Centro Educacional Municipal de Iomerê/SC

Crônica vencedora do 1º lugar da 7ª Edição da Olimpíada de Língua Portuguesa